Olá, veja se esta reflexão abaixo já aconteceu com você?
“Muitas vezes me pego buscando prazer por algo que não sei dar nome, mas me faz sentir um enorme vazio por dentro. Aí, aquilo que busco prazer, vem, mas de uma forma tão rápida que logo depois me faz sentir um desprazer enorme! Muitas vezes vem culpa, vergonha, tristeza, decepção e por aí afora!! Sinto que é algo tão impulsivo, sem conseguir controlar, e por mais que me esforço, parece impossível!!”
Pois é!! O que estamos nos referindo, denominamos transtorno do controle dos impulsos, é um problema com nosso freio, e é muito mais complexo do que pensamos!!!
Neste contexto pode surgir vários transtornos, entre eles: transtorno do jogo, dependência alimentar, transtorno explosivo intermitente, amor e ciúme patológicos, compras compulsivas, dependência de internet, transtorno de escoriação, tricotilomania, dependência de jogos eletrônicos...
Para facilitar a aderência ao tratamento destes transtornos, antes de iniciarem o grupo específico, aplicamos uma intervenção motivacional- IM.
A IM tem por objetivo despertar a motivação interna para mudar este comportamento impulsivo, que pode nos acompanhar desde muito cedo na vida, quando nossas necessidades não foram atendidas e eram muito importantes no auxílio de um desenvolvimento mais saudável. Ela pode surgir por diversos fatores, mas, também, para lidar com esta falta na infância, que propiciou o desenvolvimento de modos impulsivos.
A Intervenção Motivacional, realizada no Hospital das Clínicas de São Paulo, no Ambulatório Integral dos Transtornos do Controle dos Impulsos- AMITI, é realizada antes do tratamento com o grupo específico do transtorno, baseia-se nos conceitos da Entrevista Motivacional de William Miller e Stephen Rollnick.
O fator mais importante desta Intervenção é a postura do terapeuta em compreender que não sabe nada do cliente, pois quem tem este saber é o próprio cliente, e em exercitar a empatia na sua forma mais pura, totalmente diferenciada de simpatia. Ter a ciência de que, se o cliente está na situação que está, foi a única maneira que ele encontrou para lidar com aquilo que não conseguia lidar. Em hipótese alguma o cliente deve se sentir julgado ou culpado de algo.
Para isso, já na primeira sessão, é realizada a psicoeducação dos estágios de mudança do comportamento disfuncional, com a finalidade de se identificar o estágio que se encontra e de perceber o quão difícil é o processo de mudança, podendo surgir lapsos e recaídas durante todo o processo. Tudo isto, porque sabemos o quanto é difícil sair da zona de conforto, mesmo quando o conhecido está se apresentando de forma disfuncional e prejudicando nossa saúde física e emocional.
Porém essa “zona do conforto” pode apresentar-se como um grande obstáculo para conseguirmos obter um estilo de vida mais assertivo e saudável e o medo do desconhecido nos “obriga” a permanecer onde estamos.
Então, já na primeira sessão, trabalharemos com esta experiência conflitante, entre prazer e desprazer, a ambivalência, realizando o quadro dos prós e contras do comportamento disfuncional e os prós e contras do comportamento desejado. Na sequência, destacaremos a importância dos valores aprendidos desde a infância e a experiência da discrepância em relação a estes valores, que é a distância que estão deles com o comportamento disfuncional. Através de reflexões, durante estas três sessões, chegaremos a elaborar pequenos passos, em direção a se atingir a meta maior de mudança de comportamento, um plano para a mudança e reflexões de como se proteger para não recair e continuar na manutenção do comportamento funcional.
Desta forma, conseguirão chegar ao grupo específico, mais motivados internamente para o tratamento.
Equipe de Intervenção Motivacional:
Coordenadora: Sonia Maria Estacio Ferreira
Participantes: Tânia Mara Mariano Couto
Luiza Konno Henriques
Daniela Bertoli
Aparecida Rangon Christianini
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